A não premiação de Vinícius Jr. com a Bola de Ouro 2024 é um episódio emblemático, marcado por mais que questões esportivas. Vini Jr. teve um desempenho inquestionável na última temporada, sendo o principal jogador do Real Madrid, o que não se repetiu na Seleção Brasileira. No entanto, sua exclusão levanta dúvidas sobre os critérios de escolha da premiação, especialmente quando comparado a outros vencedores do passado, incluindo vários brasileiros.
A situação ganha um contorno ainda mais grave ao ser analisada em paralelo com o racismo sistemático que o atleta tem enfrentado na Espanha. Durante a última temporada, Vini foi alvo de ataques racistas em múltiplas ocasiões, sem que houvesse uma resposta contundente das autoridades locais ou das instituições futebolísticas. Esse cenário coloca em xeque não apenas a justiça esportiva, mas a própria integridade da premiação, uma vez que a ausência de reconhecimento pode ser vista como um reflexo da marginalização que ele tem sofrido fora de campo.
Historicamente, a Bola de Ouro já homenageou grandes brasileiros como Pelé, Ronaldo, Romário, Rivaldo, Ronaldinho, Kaká e Marta, celebrando a arte do futebol brasileiro. No entanto, o tratamento diferenciado que Vini Jr. tem recebido sugere uma mudança de paradigma preocupante, onde não apenas o talento, mas fatores externos e preconceitos podem influenciar as decisões.
Os organizadores precisam não apenas rever seus critérios, mas posicionar-se claramente contra o racismo, para que o futebol volte a ser uma arena justa e meritocrática. A não escolha de Vini Jr. é um sinal alarmante de que o esporte ainda está distante de eliminar preconceitos e reconhecer verdadeiramente o mérito de seus melhores atletas. Uma resposta se faz mais do que necessária, é urgente, é gritante, é vergonhosa essa decisão de tirar de Vini o que ele conquistou dentro de campo, mesmo palco onde tem celebrado disputas que vão além desse jogo que ele segue encarando de frente e sendo reconhecido como verdadeiro Bola de Ouro. Os organizadores ao não darem o direito de um menino de São Gonçalo erguer esse título é a mais cristalina prova de que o sistema está maculado e impregnado assim como aqueles que vão aos estádios promover o racismo de todas as formas. Nota zero para a Bola de Ouro 2024.
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