A eleição é o ato mais poderoso do cidadão em uma Democracia, onde ele confere, por meio do voto, uma procuração para que gestores do Executivo e representantes do Legislativo conduzam os rumos de sua cidade. No entanto, essa transferência de poder, repito, PODER, não deve ser encarada como um cheque em branco. Para aqueles que foram reeleitos ou eleitos como continuidade da gestão vigente, o peso da responsabilidade é ainda maior.
A reeleição ou a vitória com ampla vantagem pode dar ao gestor a sensação de “campo dominado”, o que, em alguns casos, leva à perigosa zona de conforto. Esse estado de inércia, em que as ações e decisões são tomadas sem a mesma urgência ou vigor, representa um risco direto ao bem-estar da população e ao progresso do município.
Costuma-se dizer que a vitória nas urnas é uma chancela do trabalho realizado, mas, ao mesmo tempo, é um chamado para fazer ainda mais e melhor. O eleitor que vota e confia a administração da cidade a um candidato tem o dever de cobrar uma gestão eficiente, honesta e comprometida. Assim, é essencial que o cidadão não apenas delegue poder, mas também exerça sua cidadania ativa, acompanhando, fiscalizando e exigindo resultados.
A população não deve relaxar em sua vigilância apenas porque votou em um candidato que considera alinhado aos seus interesses. A cobrança deve ser constante, independentemente de afinidades políticas. Reeleitos ou novos gestores têm o dever de prestar contas e responder aos anseios do povo que lhes confiou a renovação do contrato por mais quatro anos.
Projetos iniciados precisam ser finalizados, promessas de campanha devem sair do papel, e novas demandas devem ser atendidas com a mesma energia com que foram defendidas durante o período eleitoral. Não há espaço para acomodações em um cenário onde a realidade das cidades brasileiras exige eficiência, inovação e compromisso.
Confiar não significa se omitir. Votar é um ato de esperança, mas também de responsabilidade. A pressão popular e a cobrança bem fundamentada são ferramentas indispensáveis para garantir que os gestores públicos permaneçam atentos às necessidades da população e firmes em seus compromissos.
Por isso, a mensagem que fica é clara: quem vota tem o direito e o dever de cobrar. Somente assim poderemos consolidar uma gestão pública digna, transparente e verdadeiramente voltada para o bem comum. O exercício da cidadania não termina nas urnas, mas se renova a cada dia de mandato. Afinal, a democracia é construída pela soma dos votos e pela força da participação popular.
Quem vota tem o direito e o dever de cobrar

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