A repercussão de um artigo publicado na última semana aqui em nosso blog, com grande repercussão, gerou um episódio curioso sobre percepção e interpretação, ou seja, a questão vai além da capacidade técnica para gerir tal importante autarquia. O texto traz análise criteriosa sobre práticas no sistema de atividades profissionais. Sem citar nomes, grupos ou pessoas específicas, o artigo se limita a apresentar fatos concretos, com base em fontes verificadas, documentos e relatos de especialistas da área.
No entanto, a publicação provocou uma reação inesperada, embora o artigo não mencionasse diretamente em nenhum trecho, o que causou maior desconforto a alguns integrantes do grupo, que sentiram-se atingidos e passaram a se manifestar publicamente como se fossem os alvos da denúncia sobre fraude em compra de imóvel, que havia sido citado apenas como ‘valores questionáveis’.
Em tom de indignação, iniciaram uma série de declarações em redes sociais e espaços de opinião, tentando se defender de acusações que sequer haviam sido feitas, e, o interessante que automaticamente além de atribuir a eles mesmos o que não havia sido alardeado, voltaram a chamar atenção, aí sim, para tudo que havia sido apontado.
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O movimento, em vez de afastar as suspeitas, acabou por criar exatamente o efeito contrário ao que pareciam desejar. A tentativa de desqualificar o conteúdo despertou a curiosidade sobre o motivo de tamanha inquietação sobre o contexto da discussão. Mas ao se colocar na linha de frente da polêmica, acabou chamando para si uma atenção que até então não existia.
O episódio serve como um exemplo clássico de como a má interpretação de um conteúdo pode transformar uma situação neutra em uma crise desnecessária. Em casos como esse, o silêncio ou uma postura de análise interna costuma ser mais prudente do que uma reação emocional e desmedida. Fica a dica.
Do ponto de vista da gestão de crise, o episódio demonstra a importância de uma leitura qualificada e estratégica de conteúdos críticos antes de qualquer manifestação pública. Respostas precipitadas, baseadas em interpretações subjetivas, tendem a expor ainda mais os agentes envolvidos e podem desencadear investigações adicionais e desgastes institucionais desnecessários.
O caso reforça ainda a relevância de processos internos de compliance e de comunicação, que orientam a conduta das instituições diante de publicações sensíveis, evitando assim reações que, ao invés de esclarecer, apenas agravam a percepção pública de responsabilidade.
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