O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, em uma infeliz e lamentável declaração, ao ser indagado sobre a possibilidade de os clubes brasileiros se ausentarem da Libertadores afirmou que seria como “Tarzan sem a Chita”. A frase, além de desrespeitosa, revela a total desqualificação de quem ocupa um cargo tão importante no futebol sul-americano. Trata-se de uma expressão carregada de insensibilidade e que remete a um imaginário racista que já deveria estar banido de qualquer esfera social, especialmente do esporte, que tem o dever de promover a inclusão e o respeito.
Em um cenário onde o racismo ainda se manifesta de forma assustadora nos estádios ao redor do mundo, tais declarações apenas reforçam e perpetuam discursos retrógrados. Atletas, clubes e organizações têm se mobilizado incansavelmente em campanhas contra o preconceito, mas, infelizmente, os casos de discriminação continuam a se multiplicar.
A fala do presidente da Conmebol não pode ser vista apenas como um deslize ou uma brincadeira infeliz, pois carrega um simbolismo que ignora toda a luta contra o racismo no futebol, e, às vésperas do início de mais uma Libertadores da América, com disputas em estádios onde os inescrupulosos seguem disfarçados de torcedores e praticando atos deploráveis, como os ocorridos com o jogador do Palmeiras, no sub-20, mais um a sofrer frontalmente esse crime que passa por dirigentes tão covardes quanto os que praticam os atos de racismo.
O racismo além de ser crime é problema crônico, e a persistência de episódios de preconceito, dentro e fora dos campos, mostra que há muito a ser feito. Enquanto atletas negros sofrem ataques de torcedores e são alvos de ofensas em pleno século XXI, declarações como essa representam um verdadeiro retrocesso. Se o próprio comando da maior entidade do futebol sul-americano normaliza expressões de viés preconceituoso, que mensagem estamos transmitindo para as novas gerações?
O futebol sempre foi um campo de batalhas, mas a maior luta que precisa ser travada não está nas quatro linhas, e sim na estrutura do próprio esporte. A Conmebol e todas as entidades esportivas precisam ser firmes e eficazes no combate ao racismo, pois palavras têm poder e consequências. É inaceitável que, em pleno 2025, sigamos assistindo a episódios que deveriam ter sido sepultados com o avanço da civilização.
A bandeira da igualdade, da inclusão e do respeito não pode ser apenas um discurso vazio, e a luta contra o racismo precisa ser levada a sério, sem concessões para declarações que ferem e envergonham a história, sendo praticada por canalhas!
Realmente uma fala infeliz, demonstra o pensamento atrasado, desrespeitoso e inaceitável!!!