Em um cenário esportivo que deveria ser de celebração na América do Sul, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) se destaca não por sua atuação firme contra o racismo e a violência nos estádios, mas por sua postura leniente, omissa e, muitas vezes, cúmplice diante de práticas que envergonham o futebol.
Ano após ano, episódios lamentáveis de violência entre torcidas e manifestações racistas, especialmente contra jogadores e torcedores brasileiros, ganham as manchetes. No entanto, o que se vê por parte da Conmebol é uma sucessão de campanhas publicitárias vazias e uma condescendência revoltante com os clubes cujas torcidas protagonizam esses crimes. A entidade prefere posar para fotos com faixas genéricas de “No al racismo” do que realmente combater essa praga que assombra o futebol sul-americano.
Não são poucos os casos em que torcedores praticaram atos racistas com muitos deles registrados em vídeo e amplamente divulgados, e, a entidade puniu os clubes envolvidos com multas simbólicas ou, pior, com “advertências” que não alteram em nada o comportamento das instituições. O recado é claro: o crime compensa quando se trata de violência ou racismo no futebol da América do Sul.
Mais grave ainda é o fato de que nem mesmo a cúpula da entidade está isenta de atitudes condenáveis. Recentemente, o próprio presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fez uma declaração preconceituosa ao se referir ao futebol brasileiro. Como esperar uma mudança estrutural e ética em uma entidade cujo principal dirigente parece não compreender a gravidade de suas palavras? E parece mais um caso que passou batido.
Ao invés de aplicar punições exemplares, como perda de mando de campo, portões fechados, ou desclassificação em torneios, medidas estas que realmente surtiriam efeito, a Conmebol prefere lavar as mãos, protegendo interesses comerciais e políticos. Com isso, estimula a reincidência e perpetua a impunidade.
A verdade é que a Conmebol atua mais como uma agência de marketing do que como uma entidade esportiva séria. Seu papel institucional foi reduzido a slogans publicitários, enquanto a realidade dos gramados mostra um futebol cada vez mais contaminado por práticas criminosas e desumanas. A entidade tem em mãos o poder de transformar a cultura dos estádios, mas escolhe o caminho da omissão e da covardia.
A pergunta que fica é: até quando a Conmebol? O futebol exige respostas, e, sobretudo, justiça.
A conivência da Conmebol: até quando?

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