A briga pelo comando do Palácio Guanabara em 2026 está em jogo, e, em clima de guerra declarada. O que era para ser um processo de transição política coordenado entre aliados virou um conflito público e cada vez mais intenso, protagonizado pelo governador Cláudio Castro (PL) e seu maior aliado, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). Bacellar, lançado por Castro como seu candidato à sucessão, agora precisa lidar não apenas com a oposição, mas com a dissidência interna liderada por Washington Reis (MDB), ex-secretário estadual de Transportes, a quem de próprio punho, exonerou.
Mesmo inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, Washington Reis decidiu desafiar as apostas e lançou seu nome como pré-candidato ao Governo do Estado. Em meio ao fogo cruzado, um trunfo ainda é disputado por ambos os lados, que é o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta seu momento mais delicado fora do poder.
Enfrentando diversas investigações, agora proibido de usar redes sociais, com o passaporte retido e obrigado a usar tornozeleira eletrônica por determinação do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro vê seu capital político desidratar em ritmo acelerado. Seu poder de influência, especialmente em redutos conservadores como o Estado do Rio, ainda é significativo, mas essa medida sofrerá mudanças. Resta a dúvida se terá ele força, ou sequer disposição, para arbitrar essa disputa?
Internamente, aliados do bolsonarismo também se dividem. Há quem veja em Bacellar uma figura mais estratégica, jovem, pragmática e com estrutura de campanha robusta. Outros ainda depositam confiança em Washington Reis, um nome com forte presença na Baixada Fluminense e com histórico de fidelidade ao bolsonarismo, embora o obstáculo jurídico da inelegibilidade pese como pedra no sapato, além de ligações diretas ao prefeito Eduardo Paes (PSD), e, também pré-candidato para a disputa do Governo do Estado.
Enquanto isso, Cláudio Castro se vê no centro de um vendaval. A tentativa de manter a hegemonia política com um sucessor alinhado está sendo minada por rachas internos e instabilidade na base. A crise apresenta fragilidades da direita fluminense, que mesmo tendo tido resultados expressivos, agora parece mais preocupada com a vida pessoal do ex-presidente.
Em meio a esse cenário, a pergunta que ecoa nos bastidores é, faz sentido, neste momento, brigar pelo apoio de Bolsonaro? Com o ex-presidente à beira de uma possível prisão e enfrentando as consequências políticas de sua radicalização, será que sua bênção ainda agrega mais do que atrapalha? Ah, não podemos desprezar o fato de que nesse momento, ele, Bolsonaro tem mais com o que se preocupar.
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