O julgamento desta semana no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que envolve o mandato do governador Cláudio Castro (PL) mostrou mais uma vez como política e Justiça caminham em terreno sensível. A relatora, ministra Isabel Gallotti, surpreendeu ao apresentar, quase em cima da hora, um voto duro — pela cassação da chapa e pela inelegibilidade por oito anos. Diante disso, o ministro Antônio Carlos Ferreira pediu vista, suspendendo o processo. E, como já era previsível, as redes e bastidores logo começaram a ecoar a versão de que o pedido seria uma forma de “proteger”.
Mas nesse caso específico a verdade é mais simples e menos conspiratória. O pedido de vista se deu porque os ministros não tiveram tempo de ler o voto da relatora, apresentado momentos antes da sessão. Num julgamento com tamanho impacto político e jurídico, decidir sem análise prévia seria temerário. O que houve, portanto, a meu ver foi prudência institucional, não benevolência.
É claro que, num ambiente de polarização e desconfiança generalizada, qualquer pausa no julgamento vira combustível para interpretações políticas. Mas é preciso separar as coisas, pois pedir vista não é sempre “adiar a Justiça”. O voto da relatora é extenso, técnico e trata de temas delicados, sendo matérias que exigem estudo, não pressa.
Pedido de vista no TSE é prudência, não é proteção





Você leu o voto da relatora?
não só li como sei o quão pesado foi …